quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Nem terço dá jeito



Bota uma mão na consciência e outra num terço. Fica assim, grudadinho. E reza, mas reza muito para que o amor não invada a sua morada OU pede muito pra que uma segunda pessoa não penetre a sua quase felicidade. Porque é isso o que acontece quando a gente ama: buscamos uma felicidade a dois a todo momento...e falamos muito dos amores não correspondidos. Falamos ainda de relacionamento falido e fadado a términos sem muitas delongas...mas e os amantes? O que falar daquela filha da puta que surge no momento errado da sua vida, pois o mundo está de cabeça para baixo e de repente alguém te encanta. E te reencontra...te reinventa. É sobre pernas trêmulas e coração na boca que desejo falar-lhes. Viver num intenso amor proibido pode ser mais gostoso do que feijão de três dias e mais recomendado do que soro caseiro pra gente doente, sabe? Condenamos tanto a amante que não tem lar mas esquecemos que todos nós amamos muito. Amamos o vizinho do lado, o rapaz da padaria, a moça dos salgados ou a atendente da cantina. A gente ama sempre que pode, sempre que deve. E amamos mais ainda quando um certo alguém cruza o seu caminho e te reencanta, pois bem lá fundo somos tão amantes quanto nós mesmos. Não julga o pecado do outro pra justificar as suas erratas. Cabeça feita e coração leve ficou pra quem atingiu um estado maior de conhecimento consigo mesmo. Reza três Ave Maria, dez Pai Nosso e ajoelha. Joga milho pelo chão com o chicote na mão e bata muito. Se bata tanto até não sentir mais o próprio corpo, pois é nessas horas de dor e sensação de anestesia que entendemos que quando  o amor vem a tona...nem terço dá jeito.