quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Na mesa de bar e o coração vazio.


            É que afinal de contas, não se aprende a andar de bicicleta sem cair. Na vida, apesar dos altos e baixos muitas coisas que parecem ser "levianas", são as que mais nos ensinam. E não tenho medo que me julguem pelos meus erros, sabe? Eu tô aqui é pra aprender mesmo, é pra errar pra caramba e se for preciso, levantar o dedo do meio pra essa cambada que vive de viver a vida alheia...mas e daí se eu gosto de uns goles a mais nos finais de semana? Até agora ninguém chegou pra pagar as minhas contas, então se eu bebo à noite, é problema meu! Se eu pago mico, é problema meu! Se eu subir no palanque da balada e descer na boquinha da garrafa, ainda assim a vida continua sendo minha. E vocês vão ser sempre a minha plateia. Ou acham que eu não aprendi que nem só de encher a cara vive o homem? Pensam mesmo que sou tão pinguço a ponto de almoçar e jantar cachaça? Mas tudo bem...uma crítica aqui, outra acolá não mata ninguém. Mas é que não custa chegar e perguntar o porquê de tanta cerveja na mesa, ou o cinzeiro esborrotado de cinzas e a paquera rolando solta com todo o bar, né? É que na vida eu já ralei tanto, levei tantos "nãos" amorosos que só uma cerveja bem gelada pra me fazer rir e claro, que quando a mesa tá rodeada de amigos, não tem nada melhor. E quando der meia noite, só mais uma cerveja pra virar o dia...e mais uma! É uma sede mais interna do que externa, talvez uma carência...QUEM SABE? Mas nunca, jamais, em hipótese alguma um alcoolismo. E eu adoro um bom chope depois do expediente, mas isso não significa que eu seja viciado ou até mesmo dependente. 


             Pra ser bem sincero eu já aceitei o fato que mesa de bar, cerveja e cigarro não traz o amor de nossas vidas em 7 dias...mas com toda a certeza, me faz esquecer esse amor por 7 dias ou mais. E é tão bom saber que essa sensação de estar amando só é mais forte quando eu estou lá, cantando alto, dançando, passando mil e um olhares para os colegas pinguços etc. é como se eu fosse dependente não da mesa, não da cerveja, mas da essência e da sensação que é falar de quem a gente gosta. Ah, mas nem os carnavais de fevereiro superam uma boa mesa rodeada de amigos e aquela cervejinha gelada. E o coração continua pulsar, muito mais VIVO do que o meu próprio cérebro (que inclusive já aceitou o fato do coração estar vazio), mas não seco, esturricado como um chão desertificado...apenas sem um love pra chamar de "amor" ou pra chamar de "meu".