sexta-feira, 16 de maio de 2014

Só o que couber no bolso.

     Era um fim de tarde como outro qualquer. Saí pra dar uma volta de bicicleta pela cidade e ver o movimento. Ver gente de todos os cantos, todos os tipos... Então decidi ir na praia. Caminhar naquela areia era o meu desejo do momento. Eu precisava sentir a água tocando os meus pés. Era por volta de umas 17:15, mas a hora não me importava... Na verdade, nada importava. Eu só queria caminhar até onde desse, até a minha cabeça voltar pro lugar e dá o sinal de que estava tudo bem.
     Então, por ali fiquei. Peguei no bolso um pedacinho de papel e uma caneta. Resolvi sentar e sentir aquele leve e gostoso frio que em mim tocava. Mil tormentos passaram por minha cabeça, mas eu precisava escrever naquele papel o que realmente importava. Eu estava confuso por dentro e por fora. Me sentindo a única pessoa do mundo, como se as outras pessoas do mundo vivessem num grande espetáculo só pra me atormentar. Como se eu fosse o ator principal e tudo conspirava contra mim. Então, a primeira coisa que me veio na cabeça, foi DEUS. Mais do que nunca eu senti que ele estava me observando, e que ali, naquele momento ele estava sentadinho do meu lado. Vendo as lágrimas escorrerem e os olhos fecharem de tanta dor, tristeza e decepção. 
     A segunda coisa, foi a minha família. Me lembrei de todos os momentos que passei junto com eles, BONS e RUINS, mas que foram suficiente pra me fazer ser o que eu era naquele momento. E apesar de tantas desavenças, foi com eles que mais contei quando precisei.
     A terceira coisa, me deixou com nó na garganta. Foi o momento que mais travei no momento em que sentia minha própria voz falando, mas algo me dizia que esse medo ia passar. Então eu percebi que se tratava do amor. De um grande amor. Mas eu havia lido num dia qualquer que amor não nos fazia tristes, não nos fazia chorar. Mas só então eu pude perceber que nem tudo na vida são flores. Algumas estrelas, algumas pessoas e até o sol, vez em quando, tem a sorte ou o destino de encontrar um amor recíproco. Mas eu, não. Eu sempre achei que amar não desse pra mim. Nunca fez o meu tipo: sofrer por uma pessoa que nunca ia me dá bola. Naquele instante, eu melhorei um pouco. Pensar que um dia tudo aquilo poderia mudar me fez ficar mais calmo. 
     Fiquei por volta de 3 minutos paralisado, observando apenas aquele mar que me dava muita calma. Falar de amor era como se eu fosse responder uma equação de química no qual eu não saberia responder nunca. Só aí que eu cheguei na conclusão que eu só saberia o que era amor quando eu me apaixonasse. E foi exatamente essa resposta que me fez ficar despreocupado. Eu achava que todo mundo amava por conveniência, e só. Por compromisso ou interesse. Mas aí, será que era amor mesmo? 
Peguei minha bicicleta, coloquei o papel no bolso e peguei caminho de volta pra casa. Quis viver a vida intensamente como nunca. Sair com amigos, conhecer gente nova e fazer as pazes com a família. Quis ficar bem. Fazer o bem. Sem olhar a quem. Me sentir bem. E tudo bem... Namorar um pouco, ficar com alguém aqui, alguém ali. Mas só isso! Olhei pra cima e agradeci a DEUS dizendo: Daqui pra frente, só o que couber no bolso. Assim como havia escrito no papel: DEUS, FAMÍLIA E AMOR. Até encontrar a pessoa que fosse mudar a minha vida. Mas coração vazio nunca mais... Com o tempo, o orgulho se desfaz. Quando a gente se apaixona, o coração pede paz.

3 comentários:

  1. Lindo, porra. A história da minha vida, principalmente a última parte... Rs, às vezes é difícil ser leve pq nosso coração pesa pra burro, mas um dia a gente aprende. Eu ainda tou tentando aprender. Abraços!

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  2. Sem palavras ... amar hoje em dia tá foda...eu q o diga...

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